A ferramenta está em fase de testes para desenvolvedores e será liberada em algum momento como forma de extensão para o Chrome.
Em uma aparente resposta às preocupações recentes sobre a prática de espionagem de comunicações eletrônicas por agências do governo, o Google divulgou as suas previsões sobre quantos e-mails estão sendo enviados sem criptografia – bem como sua intenção de liberar uma ferramenta para resolver esse problema.
O relatório de transparência da gigante das buscas indica que cerca de metade das mensagens que passam por seus servidores não estão criptografadas, enquanto que aproximadamente 65% dos e-mails enviados a partir do Google a outros lugares o são.
O serviço de e-mail do Google, o Gmail, utiliza HTTPS e oferece criptografia a partir do navegador – mas todo esse cuidado não importa se o conteúdo está sendo enviado para um provedor que não faz o mesmo.
“Em uma troca de e-mails, o importante é que ambos os lados tenham suporte à criptografia para que ela funcione; o Gmail não pode fazer isso sozinho”, escreveu Brandon Longo, membro da equipe de delivery do Gmail, em um post no blog da empresa. “Nossos dados mostram que de 40 a 50 porcento dos e-mails enviados entre o Gmail e outros provedores de e-mail não são criptografados. Muitos provedores habilitaram a criptografia; outros disseram que eles ainda farão isso, o que é uma grande notícia. A medida que eles fizerem, mais e mais e-mails estarão protegidos contra espionagem.”
Inúmeros relatos sobre a prática de espionagem do governo em e-mails e informações digitais de propriedade de americanos vieram à tona – muitos deles depois de documentos vazados por Edward Snowden. A NSA coleta endereços de e-mail e endereços de bate-papo e supostamente lê milhões de e-mails privados em vários programas – dados remetem às semanas após os ataques de 11 de setembro de 2001.
O relatório de transparência “safermail” do Google, então, funciona como uma espécie de página para “nomear e envergonhar”. Os e-mails enviados de e para o domínio Comcast.net, por exemplo, são quase sempre enviados sem criptografia, enquanto todos os emails enviados para o domínio facebook.com são protegidos (no entanto, vale ressaltar que cerca de 50% dos e-mails enviados a partir do Facebook.com não são criptografados).
A extensão “End-to-End”, no entanto, foi projetada para ajudar os usuários a lutar contra essa situação. O recurso é uma extensão para o Chrome e usará o OpenPGP para proteger os e-mails de forma que eles só poderão ser abertos pelo destinatário.
A ferramenta ainda está em testes e será lançada em algum momento na Chrome Web Store. Por enquanto o Google disse que está apenas encorajando os desenvolvedores a encontrar e reportar quaisquer erros que encontrarem no recurso, antes que ele seja liberado para o público.
“Reconhecemos que este tipo de criptografia provavelmente só será usada para mensagens muito sensíveis ou por aqueles que precisam de mais proteção”, disse Stephen Somogyi, gerente de produto do Google. “Mas esperamos que a extensão End-to-End torne mais rápido e fácil para as pessoas terem essa camada extra de segurança se precisarem.”
Fonte: IDGNOW