A grande maioria das pessoas entrevistadas, numa pesquisa recente, disse que a Internet das coisas, a noção de que os objetos físicos podem interagir uns com os outros on-line, provavelmente vai impactar o cotidiano da maioria das pessoas que vivem em áreas desenvolvidas até 2025, disse Janna Anderson, professora de comunicações na Universidade Elon, na Carolina do Norte e coautora do relatório divulgado hoje (14 de maio).
Até o ano de 2025, a “Internet das Coisas” vai trazer melhorias na conveniência e eficiência, mas às custas da privacidade, divisões sociais e problemas complexos, dizem especialistas consultados para o Projeto Internet Pew Research Center (Centro de Pesquisa sobre Internet), em homenagem ao 25 º aniversário da Internet .
Especialistas preveem o futuro da Internet trazendo mudanças em uma ampla variedade de áreas.
Dispositivos “wearable” (vistos no último post) se tornarão ainda mais onipresentes, proporcionando uma ligação à Internet e uma maneira de controlar atividades, saúde e fitness, dizem especialistas. O monitoramento constante tem o potencial para melhorar muito a saúde, dizem alguns.
Casas inteligentes permitirão residentes a controlar remotamente o seu ambiente, seja a temperatura ou o cronograma de sprinkler. E sensores detectarão ameaças à segurança ou aparelhos quebrados, de acordo com o relatório.
Ao nível comunitário, dispositivos inteligentes vão fazer um transporte mais eficiente, sentir os níveis de poluição ou controlar o fornecimento de eletricidade ou água, relatando quando há um problema no sistema.
A indústria vai aproveitar a onda da tecnologia também, com fábricas e cadeias de abastecimento capazes de rastrear materiais e acelerar a produção e distribuição de bens, segundo o relatório.
Enquanto isso, o monitoramento ambiental irá fornecer informações em tempo real sobre a terra, o mar ou a qualidade do ar, umidade do solo ou de mineração, com a capacidade de alertar as autoridades para os problemas.
Mas o futuro não é todo alegre e brilhante, alertam os especialistas. Alguns dizem que as tendências em tecnologia são as de ameaçar a privacidade on-line e as relações pessoais, criando tensão entre adeptos precoces e aqueles que ficarem para trás.
Preocupações:
Um mundo tão rico em dados e conectividade levanta preocupações sobre a capacidade das pessoas de controlar suas vidas e informações pessoais, disse o relatório. Maior monitoramento também irá tornar mais fácil estereotipar ou fazer as pessoas de alvo, o que poderia ampliar as lacunas sociais e econômicas.
“Vamos continuar a entregar a nossa privacidade e controle sobre nossas vidas para facilitar a conveniência”, disse Anderson, que resume as respostas no relatório.
Alguns especialistas advertiram que os avanços da tecnologia podem não viver até seu hype. Por exemplo, enquanto eles esperam interfaces de voz e toque melhorarem, algumas pessoas pensam que os cérebros humanos serão conectados a redes de computadores em 2025.
Outros especialistas expressaram preocupação de que uma sociedade cada vez mais técnica dará origem a problemas complexos. “Nós vamos viver em um mundo onde muitas coisas não vão funcionar e ninguém vai saber como arrumá-las”, disse um dos entrevistados da pesquisa.
A comunicação Machine-to -machine (M2M – máquina-à-máquina), em que os dispositivos falam diretamente uns com os outros , vai se tornar cada vez mais comum, e poderia manter os seres humanos fora do laço, uma preocupação .
A sociedade vai se tornar cada vez mais conectada, virtualmente. Mas haverá aqueles que não poderão ser ligados, ou simplesmente optarão por não ser, dando início a uma ruptura digital.
Alguns especialistas também levantaram preocupações sobre os motivos que as pessoas podem ter de explorar a Internet das Coisas.
A tecnologia pode ser usada para o bem ou para o mal, mas os seres humanos têm, na história, adotado novos aparelhos ou dispositivos que se tornaram disponíveis para a segunda opção, disse Anderson. Nem sempre é possível prever o que vai acontecer, mas vai ser interessante, disse ela.
Fonte: Livescience
Traduzido e adaptado por IKOEH