Exclusivo: a influência do digital na vida dos brasileiros

29.09.2014
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Protestos registrados e compartilhados nas redes sociais, influência do futebol, e-commerce em alta e força da TV vinculada à internet. Características do comportamento digital brasileiro foram mapeadas no estudo Digilats JWT 2013, realizado pela JWT ao longo do ano passado e início deste, em nove países da América Latina: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Peru, Porto Rico e Venezuela. “Em cada um dos mercados analisados pela pesquisa foram entrevistados mil adultos usuários de internet. O resultado do estudo é uma combinação dos dados com interpretações das áreas de estratégia dos diferentes mercados em que atuamos”, afirma Patrice Lamiral, diretor de design de serviços da JWT.

Entre as conclusões comparativas, fica nítida a afinidade dos brasileiros com as plataformas sociais conectadas. Em comparação com os demais países avaliados, as principais diferenças dos brasileiros, segundo o relatório, são:

1. Brasileiros passam mais tempo assistindo à TV enquanto estão online: A TV no Brasil tem um papel muito importante. A publicidade na TV ainda representa 68% do total de gastos com marketing, o terceiro maior percentual no mundo. “Na maioria dos países desenvolvidos, o surgimento do digital fez com que o percentual de publicidade na TV caísse bem abaixo de 50% (38% nos EUA, 42% no Japão, 27% no Reino Unido). Um único canal de TV — a TV Globo — detém mais de 50% de toda a receita de TV no Brasil. É justo dizer que a audiência das novelas diárias equivale à audiência de um Super Bowl quase todos os dias”, diz o estudo.

2. As críticas são mais importantes no Brasil que em outros países da América Latina: Os brasileiros estão mais inclinados a lê-las… e a criá-las. Os brasileiros querem ser ouvidos… e querem ouvir as experiências de outros. “Antes de 2013, o Brasil não era exatamente um lugar onde você imaginaria que as pessoas protestassem nas ruas. Obviamente, isso está mudando. À medida que a classe média cresce, os brasileiros estão exigindo mais dos produtos e serviços que compram”, afirma a JWT no relatório.

3. Os brasileiros são os menos dispostos a trocar qualquer coisa por valor online: “Isto pode ser explicado pelo Jeitinho Brasileiro, um jeito muito peculiar com que cada brasileiro lida com todos os aspectos de suas vidas diárias — da resolução de problemas às interações sociais — que invoca a criatividade das pessoas para superar a adversidade. Em geral, o Jeitinho é positivo. Mas, às vezes – quando não causa dano direto a outros — os brasileiros encontram maneiras não convencionais – algumas vezes ilegais – de tirar vantagem”, diz o estudo. Como resultado, a pirataria se tornou um problema no Brasil.

De música, filmes e TV a cabo a cosméticos, os brasileiros invocam o “Jeitinho” para obter produtos e serviços. Assim, quando se trata de pagar ou de ter que compartilhar informações pessoais em troca de conteúdo online.

4. Socialmente abertos, mas preocupados com a privacidade: “Os brasileiros se preocupam com a privacidade e com o excesso de exposição online. De fato, o Brasil é uma cultura governada por interações sociais e, portanto, estar conectado é crucial para se sentir socialmente incluído. As redes sociais fazem parte da rotina dos brasileiros, com 76% acessando-as diariamente. Este uso levou uma porção significativa dos brasileiros (dois em cada cinco) a ficarem “viciados” na web. Não é surpresa que este sentimento seja encabeçado pelos jovens”, analisa o documento.

E-commerce: O Brasil também se destaca na área em relação aos demais mercados avaliados pela JWT. Segundo o estudo, os brasileiros fazem mais pesquisa online antes de fazerem uma compra. Ainda de acordo com o documento, os internautas nacionais têm menos pontos de contato para pesquisa off-line do que qualquer outro país na região. Além disso, lojas exclusivamente online são mais populares no Brasil do que no resto da América Latina.

O que os resultados sinalizam para o mercado:

Esteja online: A penetração da internet no Brasil ainda está abaixo da média regional, mas obviamente mostra potencial para um crescimento muito rápido, principalmente impulsionada pela explosão do acesso móvel. Ainda existem muitos desafios de infraestrutura, mas para as marcas, é fundamental estar online e oferecer respostas rápidas ao consumidor.

Tenha mobilidade: Com mais celulares conectados, as marcas precisarão investir em interfaces e adaptar seu conteúdo às telas menores. O sentimento geral é que o comportamento e necessidades do consumidor estão mudando rapidamente e as marcas estão lutando para acompanhar. Oferecer as ferramentas e aplicativos certos aos consumidores certamente impulsionará as vendas.

Privilegie o conteúdo: Como em muitos outros países, o conteúdo é uma importante alavanca para o envolvimento no Brasil. A questão agora é: Como conseguir o conteúdo certo, na hora certa, na tela certa? Ter uma equipe dedicada internamente e dentro da sua agência é uma solução. Alguns marqueteiros podem contratar profissionais com habilidades jornalísticas, outros estão testando soluções de crowdsourcing ou fazendo parcerias com empresas de mídia. Os custos de produção são um desafio chave, mas também precisamos pensar a respeito de estratégias ideais de distribuição.

Fonte: Proxxima

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